Olhos que Curam: Centro de Acolhimento para Pacientes Hospitalares

A proposta traz um olhar de carinho e cuidado aos pacientes em tratamento oncológico de modo a lhes auxiliar nesse momento de fragilidade. A arquitetura une o desing e a qualidade dos ambientes como recurso para proporcionar bem-estar aos usuários auxiliando no seu processo de cura. O aspecto doméstico traz um refúgio do ambiente hospitalar e proporciona a troca entre pessoas na mesma condição de saúde. Para o bem-estar dos usuários, preza-se uma boa insolação, espaços integrados e jardins que criam conexão entre o espaço externo e interno.
O propósito do Centro de Acolhimento para Pacientes Hospitalares é dispor de serviços complementares de amparo aos pacientes e seus acompanhantes, prestando apoio psicológico e nutricional. As instalações compreenderiam espaços voltados ao estar e lazer que oportunizariam a troca e integração entre usuários nas mesmas condições. Além disso, seriam disponibilizadas acomodações que proporcionem estadia e alimentação, evitando o desgastante retorno aos municípios de origem dos pacientes que necessitam realizar tratamentos por dias consecutivos.
O programa de necessidades contempla espaços de convivência, acomodações para hospedagem, administração das instalações e serviços de apoio ao paciente e acompanhante. As áreas de convivência compreendem áreas para integração, descanso e lazer para os usuários que estão hospedados ou apenas desfrutando das instalações nos períodos de espera dos atendimentos hospitalares. O setor de serviços se ramifica em serviços técnicos, no qual se organizam as dependências de amparo aos funcionários e manutenção da infraestrutura, e em serviços complementares ao hospital e hospedagem, onde o público pode receber o apoio psicológico e nutricional necessário.
A proposta se acomodou em três volumes principais, organizados ao longo de um eixo imaginário do prolongamento da Rua Paranaguá até o Hospital Ana Nery. O setor de convivência se posicionou próximo ao entroncamento das vias, assumindo maior visibilidade, e foi levemente rotacionado de modo a priorizar o ângulo de chegada dos pedestres vindos da rua e do Hospital. Os blocos se voltam para pátios internos que possibilitam áreas de estar externas privativas que dialogam com os ambientes internos e favorecem sua iluminação e ventilação. Os pátios junto às circulações horizontais constroem espaços iluminados de modo a não remeter aos longos corredores hospitalares.
O setor de hospedagem se desenvolveu longitudinalmente no sentido leste-oeste, com duas faixas de suítes sobrepostas na face norte, de modo a garantir uma insolação favorável à todas as acomodações. O setor de convivência envolveu o setor administrativo, relacionando a área de recepção com os espaços de estar. O setor de hospedagem se acomoda na posição mais centralizada do terreno, de modo a preservar a privacidade dos usuários. O serviço, por outro lado, se posiciona na porção com menos visibilidade do lote, próximo às dependências de serviço e estacionamento do Hospital Ana Nery, conectando-se ao restante do programa através de passarelas.

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