Santo Amaro do Sul: Entre o Rio e a Ferrovia

Santo Amaro do Sul: Entre o Rio e a Ferrovia
Distrito de General Câmara e pertencente ao Rio Grande do Sul, Santo Amaro do Sul foi uma das primeiras colônias açorianas do estado, simbolizando a história, cultura e memórias coletivas do território: conjunto arquitetônico e natural que abriga técnicas e estilo únicos, memórias materiais de batalhas e ocupação ibérica, passando por diversos períodos – entre a ocupação através do rio Jacuí e a construção da linha férrea, até os dias atuais – um conjunto patrimonial tombado há mais de 23 anos, que chegou ao século XXI com escassas ações de valorização.
A proposta é estabelecer função social para o território. Entre o rio e a ferrovia, habita um Santo Amaro histórico, que quase ninguém viu ou conhece. Através da restauração da Estação Ferroviária de Santo Amaro e da reabilitação urbana da Orla do Rio Jacuí, se traz à tona uma história esquecida de uma memória palpável, que compreende muito além da estação, contemplando 14 edificações históricas, uma praça central e paisagem natural. Como questões norteadoras, há a importância da valorização e manutenção, bem como da atribuição de uso relevância das memórias coletivas; busca por requalificação de um espaço com uma rica paisagem que conecta a história fluvial, ferroviária, arquitetônica e natural e cultural para fins gastronômicos, de memorial e lazer.
O programa de necessidades contempla 4 núcleos:
1- Estação Amarópolis – a edificação datada de 1883 foi utilizada como um bistrô memorial, com: salão de refeições; espaço de alimentação externo; exposições; espaço de preparo de alimentos; área de apoio e limpeza; espaço de atendimento; banheiro feminino, masculino e PCD; estrutura para funcionários; horta e pomar.
2- Largo da Ferrovia: estabelece uma conexão direta entre a natureza e a edificação histórica; portanto, os elementos naturais foram explorados, como mirantes com vistas para pôr e nascer do sol. O espaço possui bicicletários, feiras efêmeras, equipamentos urbanos, palco ao ar livre, círculo de memórias, jardins de chuva e árvores nativas implantadas.
3- Praça do Rio: este setor é mais próximo do acesso peatonal principal da Prainha Amarópolis, e é naturalmente mais plano e sombreado, o que permitiu alocar playground, pet place, quadra de vôlei, chimarródromo e equipamentos urbanos. Também foi realizada melhoria do acesso à Prainha, drenagem e jardins de chuva.
4- Píer e piscina natural: localizado próximo ao trapiche pré-existente, propõe soluções para ancoramento de embarcações através de um píer de 176 metros de comprimento. O formato foi utilizado para transformar seu centro numa grande piscina natural. A orla também foi equipada com equipamentos urbanos, guaritas salva-vidas e bancos para pescadores.
Materiais como a madeira e formas orgânicas que abraçam a topografia local se destacam, trazendo a natureza como protagonista junto com a face histórica de Santo Amaro. Foi realizada uma investigação profunda em alternativas sustentáveis nos sistemas hidrossanitários e elétricos. No paisagismo, as plantas nativas foram priorizadas, respeitando o ecossistema local. O perfil viário da rua também foi alterado, trazendo maior acessibilidade, espaço para pedestres e ciclistas, sombreamento e estacionamento.

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